03 novembro 2007

João Maria e Pedro Miguel,
ontem foi um dia particularmente dificil, um dia dificil pela saudade que traz... Estive com a vossa avó Lena e apesar de gostar de a ver relativamente bem, deixou-me muita saudade dos tempos em que a via regularmente. Vi também que com ela acompanha-a sempre uma fotografia do vosso tio. Ja não a via há muito e siginificou muito aqueles dez minutos que tive com ela, ao ver a cara de felicidade por ir ter um neto com o nome do Costinha. Ao mesmo tempo que a saudade aperta-me o coração fico contente pelo facto de tu, João Maria teres escolhido o nome do teu mano para Pedro Miguel. Agora tenho a certeza vocês os dois vão ser duas pessoas espetaculares com o melhor que pode haver pra dar.
Sinto muitas saudeades do vosso tio mas também me sinto contente pelo reencontro com a vossa mãe e com a vossa avó, que já há muito que não via e que sempre me deixou saudades pelo carinho que sempre me deu. Faz-me lembrar aquelas tardes que passávamos em casa do vosso tio no computador ou de volta da música ou simplesmente a falar, em que a vossa avó aparecia sempre a saber se estava tudo bem pronta pra estar conosco.
Sinto muita a falta do meu “mano”, como eu gosto de lhe chamar e como o vou sempre considerar, sinto falta dessas tardes e da companhia dele e de saber que ele anda simplesmente por aí apesar de não tar com ele mas de o poder encontrar e dar-lhe aquele abraço. O pensamente nele está sempre comigo e não passa um dia que não me lembre do vosso tio, não fosse ele o meu grande amigo que me marcou pra sempre, mas agora também que me vou lembrar dele vou me lembrar de vocês e daquilo que vocês significariam pra o Pedro.
Aprendam neste dia a não o recordar com tristeza, mas sim a recordar e conhecer o vosso tio e a pessoa espetacular que ele foi e continua a ser nos nossos corações.
Já lá vai mais um ano “mano” e a saudade continua a apertar.
Vou sempre recordar a nossa amizade Costinha.
posted by Bekas
Bernardo Duarte

20 setembro 2007

Querido João Maria: vais ter o melhor presente de todos: um MANO

Mariana S&S: João Maria, vais ter um mano?
João Maria: xiiiim
Mariana S&S: E como é que se vai chamar o mano?
João Maria: maaaaanooooooo
Mariana S&S: Mas que nome queres dar ao mano?
João Maria: Pedro
Mariana S&S: Pedro quê?
João Maria: Pedro Miguel.
E assim será. O mano há-de nascer em Fevereiro, o mês da mãe e vai ter o nome do Tio: Pedro Miguel.
posted by Patrícia Costa Mateiro

13 Setembro 2005

Faz hoje 2 anos que, na minha rotina habitual, cheguei ao escritório pelas 09h30, comecei a ler os mails e não passei do primeiro. Não queria acreditar no que lia: "o meu irmão faleceu num desastre de mota, preciso de um favor teu".
Assim foi, este gelo que agora mesmo estou a sentir, os arrepios também chegaram, os olhos ficaram cheios de lágrimas, o coração ficou pequenino, as mãos e pernas tremiam, enfim - pensei: Será que é mesmo verdade? Vou ler outra vez! Não é possível! Não havia nada a fazer se não aceitar a dura realidade. Porquê o Pedro? Porquê Porquê?
Querido João Maria, por vezes escrevo algumas coisas sobre o tio Pedro, não com a intenção de dramatizar a situação mas sim porque realmente foi um acontecimento brutal que não me passou ao lado. Quase todos os dias, quando vou para o trabalho, me lembro do tio Pedro, da maneira como ele levava a vida, do sorriso, da alegria e do jovem simples que foi. E é isto que fica!
Raramente fico triste, antes pelo contrário, fico muito feliz pelo facto de o ter conhecido.
posted by Mariana Mendia

14 setembro 2007

As Missas

Temos assinalado sempre as datas relacionadas com o Tio Pedro com a celebração de uma missa, primeiro de meses, depois de aniversário de nascimento, aniversário de falecimento e a próxima será com certeza outra de aniversário de nascimento a 8 de Abril do próximo ano.
Por mais que me esforce, e católica que sou, nunca encontro nada do Tio Pedro nessas missas a não ser as caras conhecidas que aparecem para nos dar algum conforto. Confesso até que sinto uma enorme revolta e o momento em que oiço o nome do meu irmão dito por um padre que não sabe nada sobre ele é muito doloroso, e é sempre seguido pelas lágrimas da minha mãe e do meu pai.
No final da missa cumprimentamo-nos à porta, perguntamos por novidades (agora é a minha barriga a crescer e as gracinhas do João Maria), conversamos um bocadinho, separamo-nos mediante o sítio em que cada um estacionou o carro e voltamos às nossas vidas.
Apesar de tudo, vamos continuar a celebrar missas pelo Tio Pedro, nem que seja pelos minutos de conversa à porta da igreja com amigos e familiares.
Obrigada aos que apareceram e aos que de alguma outra forma estiveram comigo.
posted by Patrícia Costa Mateiro

11 setembro 2007

31 agosto 2007

30 de Agosto - Mariza no Castelo de Óbidos


Hoje de manhã foi engraçado… é curioso este mail de agora a dizer que foste ouvir a Mariza. Vinha no carro a ouvir “Chuva” e claro, lembrei-me imenso do Pedro, de ti e da Té. A entrada dele na porta da Omnitur, os almoços, as trocas de carros, as boleias… Ainda deitei uma lagrimucha, recordei o sorriso e presença tão simpática! Era bom estar com ele!

Não era meu irmão mas também tenho saudades!

Hoje vai um beijinho especial cheio de boas recordações,
Mariana


Minha querida Mariana: a Mariza fez ontem uma interpretação de "Chuva" GENIAL. Para mim, e para a Té que estava comigo, embora não tenhamos comentado nada uma com a outra - foi um momento alto do concerto. Essa música está para sempre associada à imagem do meu irmão.


Lembro-me dele sempre, mas à hora de almoço mais, lembro-me muitas vezes, como tu referes, dele a entrar pela Omnitur SEMPRE A RIR "então? onde é que vamos almoçar?".

Lembro-me de estarmos sempre a falar em ir à Taverna ou ao Quinzena comer o bacalhau assado com magusto, que ele adorava, e quase sempre lembrava-mos no dia errado... e nem sei se chegámos a comer esse petisco os 3.

Lembro-me de nos últimos dias do mês irmos aos hamburgers baratos do shopping que e de nos saberem tão bem.


Os primeiros dias foram realmente muito difíceis! Voltar ao trabalho, depois de 5 meses em casa com o João Maria, e sem a companhia do meu querido mano...


Hoje, passados quase 2 anos, ainda me pergunto muitas vezes e sempre sem resposta "como é que isto foi acontecer? a ele, a mim, aos meus pais, à Té?"


Tenho tempo e não vou ao cemitério. Tenho histórias para contar e não as escrevo no blog. Morro de saudades e não consigo chorar.


A Mariza ontem e a tua mensagem hoje fizeram-me chorar e rir. E vai ser sempre assim toda a minha vida. Sempre que me lembro do Tio Pedro, choro e rio.


posted by Patrícia Costa Mateiro

19 junho 2007

Da Weasel



Ontem fomos ver o concerto dos Da Weasel a Almeirim, a digressão do album Amor, Escarnio e Mal Dizer.
O João Maria adorou metade do concerto, a outra metade dormiu.
O album Re-Definições que saiu em 2004 foi o último presente de Natal que a Tia Té deu ao Tio Pedro (Dez 04). Oiço muitas vezes o CD e o João Maria já tenta cantar a Nina.


posted by Patrícia Costa Mateiro

10 maio 2007

Quero é Viver

Hoje fui almoçar a casa da Tia Té, já não estava com ela há alguns dias. Fez um almoço óptimo: arroz de peixe com ameijoas. Salpiquei-me toda a comer e tive de subir ao quarto dela para trocar de t-shirt.


Entre muitas outras, encontrei esta foto do Tio Pedro que eu nunca tinha visto. Foi tirada na costa alentejana, no Verão de 2003. Estão os 4 tão felizes! Que saudades de ver o Tio Pedro sorrir assim, de lhe falar, de o abraçar.


Pedi a foto à Tia Té para fazer uma cópia para mim e guardei-a na carteira. Esta tarde olhei para ela uma série de vezes, como se procurasse uma resposta. Não é fácil para o comum dos mortais aceitar ou compreender como é que alguém com tanta alegria de viver perde a vida tão cedo. Tem de haver um motivo, tem de existir algo mais...


Vou viver até quando eu não sei
que me importa o que serei
quero é viver
Amanhã, espero sempre um amanhã
e acredito que será mais um prazer
e a vida é sempre uma curiosidade
que me desperta com a idade
interessa-me o que está para vir
a vida em mim é sempre uma certeza
que nasce da minha riqueza
do meu prazer em descobrir
encontrar, renovar, vou fugir ou repetir

Humanos - Quero é Viver
posted by Patrícia Costa Mateiro


04 maio 2007

Cara Patrícia

Passei pelo seu blog por mero acaso e não pude deixar de lhe dar uma nota.
Afinal, eu sou (era) o Comandante a quem Pedro iria tirar o lugar !
Fui seu formador na preparação para a promoção a bombeiro de 3ª classe e acredite que, assim a vida tivesse deixado, o Pedro era um forte candidato a chegar muito longe na carreira.

Para além de partilhar a certeza da pessoa que o Pedro era/é gostava de lhe dizer que a memória dele vai-me ficar para sempre gravada.
Por múltiplas razões vários foram os Homens que morreram na mesma altura em que eu os comandava. Mas o Pedro foi uma dor excepcional.

Por mero acaso tínhamo-nos encontrado no fim-de-semana anterior ao acidente em Valada. Ele estava com amigos, mas perante a minha necessidade de ajuda numa pequena reparação da minha pequena embarcação à vela, ficou comigo. “Se lhe desse uma boleia para Santarém”…(como se isso estivesse em causa!)
Pelo caminho falámos de coisas banais mas logo ali ficou combinada uma experiência de navegação à vela.

Quando o telefone tocou para me alertar do que tinha acontecido, custou-me a acreditar no que estava a ouvir : “…Vem depressa que o pessoal está destroçado e eu acho que és preciso aqui…”. Ainda protestei, incrédulo : “…mas eu acabei de estar com ele..:”
Mas como sempre que o telefone toca, tal como o do Pedro tocava quando era preciso, a realidade dura e crua, chamava…
Cerca de 20 minutos antes, saudáramo-nos junto ao Hospital Velho, com o Pedro a gritar na janela do carro : “Então, no Sábado vamos dar uma volta à vela ?” – “Como combinado”, respondi eu.

Foi um dos mais desesperantes acidentes de toda a minha vida: Queria pensar e tinha dificuldade; A maioria dos bombeiros estava de rastos e com dificuldade em reagir; Os habituais mirones, sedentos, estavam a postos e protestavam porque nós tínhamos tapado todo o incidente com lonas. A privacidade de e para com um camarada nosso impôs-se nesse dia. Queríamos todos que aquilo não estivesse a acontecer !
E doía-nos a todos. Não consigo deixar de pensar numa expressão que um camarada, que sempre foi muito duro nestas coisas, repetia, num “gesto” de ternura que raramente se lhe via : “Ah, puto, puto !“
Acabámos por ficar 3 que, dolorosamente, nos arrastámos para acabar a nossa missão. Já enviara para o quartel a maioria do pessoal que estava em choque…

Estávamos preocupados com os pais do Pedro e como lhe daríamos a notícia. Só nessa infeliz noite soube quem era o pai do Pedro (que eu conhecia há muito da cidade) e a mãe. Ironias do destino !

O Pedro foi, para mim, uma daquelas raras oportunidades em que cruzamos com um outro ser humano absolutamente excepcional. Era simpático, cordato, disciplinado, empreendedor, gostava de aprender tudo sobre bombeiros e prometia ser um excepcional bombeiro.

Mantenho no meu actual gabinete a fotografia do Pedro. Faz-me pensar nele e na possibilidade de perdermos pessoas excepcionais por razões que jamais compreenderemos.
Pela estima que tinha pelo Pedro, acredito que o desaparecimento dele terá de ter acontecido por uma razão prática e boa para a Humanidade.
Há velas que não se apagam apenas porque o vento passa por elas. O Pedro era desses !

Por último fique a saber o meu sentimento de ambivalência pela entrega do Diploma do Pedro. Raiva por não lho entregar a ele, alegria porque ele o merecia….

Apresente os meus cumprimentos aos seus pais e receba para si e para a família, especialmente para o sobrinho do Pedro, um abraço do

Pedro Carvalho
Inspector de Bombeiros – Açores

PS – Gostaria de realçar que não sou capaz de fazer elogios “fáceis” e costumo ser razoavelmente frio no que toca a emoções (deformação profissional ?).
Durante o desempenho das minhas funções em Santarém dei 2 louvores, apesar de gostar de ver o trabalho bem feito. Mas, talvez pela personalidade do Pedro, ao escrever estas singelas linhas não pude evitar umas quantas lágrimas…
posted by Pedro Carvalho
Inspector de Bombeiros - Açores
ex-Comandante Bombeiros Municipais de Santarém

26 abril 2007

Um Olhar que me Acalma



Um olhar que me acalma, que me dá muita força, que eu amo muito, que me lembra muito o Tio Pedro, que me lembra todos os dias que é tão bom viver, que me faz querer aproveitar todo o tempo que passo ao seu lado.
Os filhos só se apercebem realmente do amor dos pais quando têm filhos e por isso em tantos momentos do meu dia-a-dia com o João Maria penso no sofrimento dos meus pais e de tantos outros pais que estão infelizmente na mesma situação.
Ninguém nunca vai ocupar o lugar que o Tio Pedro tem nas nossas memórias, nas nossas vidas, nos nossos corações, mas o João Maria tem sido um testemunho de vida e de alegria constantes, ajudando a suportar todos os momentos difíceis.
Meu querido filho: um grande beijinho para ti.
posted by Patrícia Costa Mateiro

16 abril 2007

A Internet tem destas coisas

Aqui há uns tempos uma menina do Brasil deixou um comentário no meu blog. A sua história assemelhava-se à minha, o irmão tinha falecido de acidente de mota há 3 meses atrás e também ela criou um blog ao qual deu o nome de Amai-vos.
Hoje de manhã recebo da Carla (que sem me conhecer, por acaso visitou a minha página do hi5) este texto maravilhoso. A partilha da dor com alguém que passou por uma situação semelhante, mesmo sendo um desconhecido, dá-nos algum conforto e esperança... que existe algo mais do que aquilo que conseguimos ver.
Apeteceu-me partilhar este texto com aqueles que vêem aqui ao blog, seja por saudades do Pedro, ou por infelizmente terem experiências de vida semelhantes à minha.
posted by Patrícia Costa Mateiro
"Quando ingressei na faculdade, conheci uma miúda que tal como eu, não conhecia ninguém no meio académico. Tornámo-nos as melhores amigas... Ríamo-nos das praxes, chorámos juntas os amores e desamores da vida, vivíamos cada dia intensamente. No verão de 2001, quando soubemos que tínhamos passado de ano na faculdade e que afinal o 1º ano da licenciatura de direito, até nem era tão difícil... Tínhamos festas e festas a toda a hora com a nossa turma e colegas mais velhos, que entretanto, achavam que tínhamos o perfil que qualquer caloiro devia ter: o de responsabilidade primeiro, o da diversão: sempre! Nesse mesmo ano e porque nem sempre se vive alegre... a minha amiga Andreia faleceu num acidente de automóvel (noticiado em toda a comunicação social) de noite, depois de uma festa a que eu por acaso não fui e portanto, não usufruí do mesmo meio de transporte que ela. Faleceram 2. Ela e outro amigo, num carro com 3 pessoas. O condutor não sofreu nada.
Ainda hoje custa muito e já passaram alguns anos. Ao longo do meu caminhar no curso, senti a sua falta e todos sempre nos referimos a ela como presente: como caminhando ao nosso lado e dando-nos força para continuar com uma coisa que ela não pode finalizar. Era filha única. Os pais, ficaram sem mais ninguém. Contam hoje connosco, sempre que necessitam. O namorado, a pessoa com quem ela namorava desde os 14 anos e que morava no mesmo prédio que ela... ficou de rastos. Afinal, tinham-se chateado e acabado a relação uns meses antes do fatídico dia. O Pedro ficou de rastos, sem poder dizer-lhe que a amava e que afinal só não estavam juntos por coisas sem importância, por chatices que às vezes arranjamos e que não existem. Porque às vezes, só se dá importância ao que se perde. Restou-lhe as melhores amigas para o consolar e para lhe dizer o que só ele precisava ouvir: a Andreia amava-o e tinha esperanças de reatar com ele, daquela briga feia que tiveram. Ele ao saber, deixou de estar preso ao passado, passou a viver um dia de cada vez. Hoje, o Pedro é um homem conformado que perdeu a sua alma gémea, mas que ganhou um anjo protector e que assim estarão sempre juntos.
Estava eu a relembrar-me de tudo isto como se fosse um filme a passar muito depressa sem um botão "stop" quando calhou ver a tua página hi5. Não sei se foi coincidência. Sei é que a tua história inspira muitas pessoas a seguirem em frente com calma, coragem e determinação.
Todas as pessoas são fortes, eu então tenho a mania que sei tudo, mando em tudo e nao choro nunca (típica jurista)... até viver um momento que não esperava. Um momento de fragilidade. Eu já vivi um. Infelizmente, sei que não será o único.
Particularmente sei que para ti, o dia 13 não é facil. Ainda mais um dia que dizem ser de azar. Pois eu hoje espero que te recordes somente das coisas boas. Como tu dizes: "do seu sorriso", da sua alegria, da sua amizade e eterna bondade que existirá e permanecerá sempre nos que o conheceram e o rodeavam. Nao te conheço Patricia. Nao conheci o Pedro. Mas não pude ficar indiferente. A dor essa, é profundamente marcante e por muito que queiramos não desaparece nunca. Houve muita coisa que ficou por fazer... por dizer... por viver junto, com aqueles sorrisos puros e alegria verdadeira.
Patrícia: Desejo-te a ti e à tua família, muita fé, muita paz e muita força para que a recordação não se apague e que ele viva sempre. Alguma coisa que necessites da minha parte, por favor não hesites em me contactar. Naquilo que puder fazer, fá-lo-ei sempre. Às vezes uma palavra amiga, consola o mundo e sana aquelas picadas que sentimos no coração. Continua quem és. Fantástica. Ele ficará orgulhoso.
Um abraco muito grande!"
posted by Carla Castro

08 abril 2007

O Tio Pedro fazia hoje anos 24 anos, a idade com que a mãe e o pai se casaram. As datas têm a importância que têm, mas esta semana acabou por se tornar mais difícil que as outras, e a proximidade do fim-de-semana de Páscoa foi-me deixando cada vez mais triste.
Durante toda a semana pensei em alguma coisa para escrever hoje, mas não me ocorreu nada de especial, nenhum poeta me inspirou, nenhum pensamento me iluminou.
Não sendo a finalidade deste blog um diário pessoal, hoje não resisto a partilhar um bocadinho do meu fim-de-semana.
Obrigada Rita por me ouvires e obrigada pelo abraço, obrigada Lurdes e Gabriela pelos telefonemas, obrigada Nuno por te lembrares, obrigada Mariana e Bekas pelos comentários no blog, obrigada Catarina pela tarde de sexta-feira, obrigada Pat e Di Tomaz pela agradável visita, obrigada mãe, pai, Té, Vanda (!!!!!), T Esteves, Chico Miguel por me encherem a casa. Coincidentemente ou não, apareceram quando eu mais precisava, tornando o fim-de-semana do aniversário do Tio Pedro mais alegre.
É assim que funcionam os anjos da guarda, estão lá em cima a mexer os cordelinhos para nos verem mais felizes. Obrigada mano.
Obrigada Zinho. Obrigada João Maria. Aos 2, obrigada sempre.
posted by Patrícia Costa Mateiro
João Maria,
hoje é um dia que em especial me traz muita saudade, mais do que todos os outros. Ao mesmo tempo estou também muito contente por ver que a tua mãe acha que tu estás cada vez mais parecido com o teu tio. Espero sinceramente que isso seja verdade, o que significa que vais ser uma pessoa maravilhosa, o melhor dos amigos.
Sei que tu não te deves lembrar do teu tio, mas neste dia lembra-te sempre de um anjo com um sorriso sincero que está sempre ao teu lado e vais estar a lembrar-te do Pedro. É assim que me vou lembrar para sempre dele, um grande amigo como aquele amigo com um sorriso inconfundivel e sempre com os braços abertos para os amigos...
Parabéns Costinha, nunca me vou esquecer de ti "mano".
Com muitas saudades
posted by Bekas

07 abril 2007

Semelhanças # 2 "A Alegria na Praia"

O Tio Pedro sempre adorou a praia e o avô Costa tinha imenso jeito para o ensinar a nadar. O avô Costa tinha por hábito tirar-nos as braçadeiras, a mim e ao Tio Pedro, e por-nos a boiar.

O João Maria também adora a praia! Mas filho, se queres mesmo aprender a nadar ou até só a boiar, não peças ao pai. Pede ao avô Costa ou vai para a natação (isto é só um conselho de mãe).

posted by Patrícia Costa Mateiro

Semelhanças # 1 "A birra"



Tal tio, tal sobrinho...

São os 2 do mesmo signo: 2 "carneiros" muito meigos, muito amigos, decididos e muito teimosos!

O Tio Pedro fazia muitas vezes birra quando lhe queríamos tirar uma fotografia. Adorava mexer na máquina fotográfica, aliás, como todas as crianças adorava mexer em tudo o que tivesse muitos botões. Quando não lhe fazíamos a vontade, fazia uma birra e confesso que eu até achava uma certa piada.

Assim és tu, meu querido João Maria... começas a ficar parecido com o Tio Pedro.


posted by Patrícia Costa Mateiro

06 abril 2007

Sem querer ser muito "beata" não posso deixar de fazer referência à data do 24º aniversário do Pedro.
Não é por acaso que é Domingo de Páscoa! É um sinal de esperança e de vida eterna... é um dia de festa, Jesus Cristo Ressuscitou!!! É um dia de festa, também, pela vida do Pedro. A saudade é enorme mas as recordações da sua vida, deste lado de cá, são ainda maiores!!! O Pedro viveu connosco, cresceu, sorriu, chorou… deu-nos alegrias, distribuía sorrisos… e não pensem que tudo isto terminou! Nada disso, ele está connosco, acreditem é mesmo verdade, é Páscoa!
Para quem acredita no verdadeiro sentido deste acontecimento desejo uma Páscoa muito feliz.
posted by Mariana Mendia

04 abril 2007

O Menino Cara-de-Anjo

Querido João Maria:
Não me conheces mas permite-me que te conte uma história bonita, que guardo até hoje com muito carinho.
Era uma vez uma menina de 14 anos, que tinha acabado de se mudar para uma cidade que não conhecia e na qual não tinha amigos. Um dia, decidiu sair à noite com a sua irmã (naquela altura a maior parte dos jovens dessa idade reunia-se naquela cidade) e eis que, a certa altura a menina se depara com um lindo jovem, a sorrir para ela, com um ar tão doce como uma nuvem de algodão. Nessa noite os olhares foram retribuídos pela menina e, no final da mesma, já quando esta se preparava para ir embora, ele aparece ao pé dela, segreda-lhe ao ouvido o seu nome e pede-lhe o seu número de telefone.Passados uns dias, já a menina tinha perdido a esperança de voltar a encontrar o lindo jovem, toca o telefone e quem seria, estarás tu a pensar? o menino cara-de-anjo!
E foi a partir desse dia que se desenvolveu uma história bonita, que durou poucos anos, mas que terminou numa amizade para toda a vida!
Esse jovem era o teu tio e a menina sou eu.
Tenho a certeza que vais crescer sabendo que tens alguém que está sempre a olhar por ti, mesmo que não o possas ver.
Obrigado à tua mamã por criar este espaço e por não te deixar esquecer uma das pessoas mais especiais que conheci na minha vida!

(...) Uma foto tirada em Julho de 2002 (...), numas férias bem passadas em Vila Nova de Milfontes
posted by Anónimo

02 abril 2007

Missa do 24º Aniversário

A missa do 24º aniversário será celebrada na segunda-feira dia 9 de Abril às 19H na Igreja de S. Nicolau (não é possível dia 8 por ser Domingo de Páscoa).
posted by Patrícia Costa Mateiro

29 março 2007

A Desenhadora de Espelhos

da Inês Blu Rodrigues para o João Maria

Não quero falar muito de motas. Por isso começo por aí: porque a mamã tinha uma Bordeaux e eu, uma vermelha. Uma das nossas actividades favoritas aos 16 anos era faltar às aulas de alemão para ir até Almeirim jogar snooker. Andar de mota nos courts de ténis de Santarém, subir todas as ladeiras que podiam ser possíveis com uma acelera (o tipo de mota que tínhamos) e rir à gargalhada sem parar. Chegámos mesmo a encurralar uma velhota que vinha na passadeira: uma de nós passou com a mota pela frente da velhota e a outra por trás, ao mesmo tempo. Não foi muito simpático. A tua mamã que, tinha sempre azar com o seu nariz, conseguiu levantar voo literalmente do banco da mota e aterrar no vidro de trás de um camião. E partiu o nariz. Por vezes à noite, mesmo proibidas pelos nossos respectivos pais lá íamos a Almeirim á noite. A verdade é que nos divertimos muito, João.
O vento que nos cortava à cara em cada viagem, os sonhos que se elevavam quando nos sobrepúnhamos no guiador, as gargalhas que ecoavam na recta do tribunal, as ultrapassagens na estrada de campo para Alpiarça. As nossas motas foram ouvintes das nossas memórias, meios de transporte entre cidades, arquivador de poemas e luzes no lusco fusco. As nossas motas chegaram mesmo a ser transportadoras de bolos, queques, quiches, salgadinhos, tarteletes, tartinhas, bolachas, que a mamã e eu fazíamos para ganhar algum dinheiro para as férias e depois íamos distribuir no infantário onde a minha mãe trabalhava, vendíamos a amigos e trabalhávamos por encomenda. Era um bom negócio que a tia Inês tinha ali onde a mamã participava activamente. As motas serviam também como meio de transporte para dar umas explicações à nossa única aluna - a Márcia, as nossas motas foram quase carroças para nos trazerem das vindimas, onde, eu fui mordida grandemente por uma vespa que na perna - entretanto mudamos de ideias e começamos a ir com outra amiga da mamã - a lurdes - de carro, o mini.
A minha mota vermelha serviu-me de inspiração para escrever um par de artigos sobre a "vespa", umas motas antigas que marcaram o mundo, isto num jornal onde trabalhei enquanto a tua mamã viveu na Finlândia. Um dia mostro-te e explico-te com pormenor, a alma da vespa e o som que faz quando nos fala ao ouvido. Fizemos coisa proibidas, queríamos coisas proibidas, desbravamos caminhos proibidos. Éramos muito novas e isso era uma coisa normal. As motas fizeram-nos felizes.
O teu tio Pedro passou uma grande parte do seu crescimento a ver-nos de um lado para outro com mil ideias e projectos, tinha amigos mais velhos com outro tipo de motas, de vez em quando pedia emprestado a mota à mãe Patrícia e a mim para dar uma voltinhas. A mota só nos transporta mas quem guia somos nós. Há sempre factores externos, pedras na rua, carros que passam, pôr do sol forte em frente a nós na estrada e até um gato bonito a correr à nossa frente. A explicação do mundo e dos acontecimentos não reside em nós, mas aceitação do que o mundo nos oferece está dentro do nosso coraçãozinho.
Mas sabes João, eu tenho uma grande móvel de gavetas na minha cabeça onde guardo as histórias. Tenho muitas para te contar. A maior de todas é resumida na nossa fragilidade como seres humanos físicos mas na nossa capacidade tão infinita de criar sonhos, ilusões e paixões e de continuar a acreditar e prosseguir. E o teu tio Pedro era uma pessoa assim, desenhado à luz da irmã, a tua mãe, à luz do exemplo da beleza da vida, da discrição interior, de saber-se amado com loucura por toda a gente que o rodeava.
O teu tio Pedro, meu querido João, não era só uma pessoa querida simpática, doce, afável ou boa pessoa. O teu tio Pedro era um espelho de amor. Pede à mamã para ir contigo a um espelho e aponta a luz do relógio, o que vês? a luz reflectida em todas as paredes, em todas as pessoas, em todo o espaço em frente ao espelho. O teu tio Pedro era feito de doçura e amor. A tua mãe é a base de tudo isto. Olha para ela, João, não é bonita? A tua mãe constrói esses espelhos. Gosta muito muito dela e põe a chave desse amor no teu coraçãozinho e ela estará ao pé de ti sempre. Reflectida.
posted by Inês Blu Rodrigues

28 março 2007

"Aqueles que nos deixaram
não estão ausentes,
mas invisíveis
e têm os seus olhos cheios de glória,
fixos nos nossos cheios de lágrimas."
Santo Agostinho
posted by Mariana Mendia

04 março 2007


Há alturas em que a dor é tão forte que deixa a tristeza invadir-nos sem dó nem piedade. Ontem foi assim.
Ninguém sabe. Ninguém vê. Sinto falta de te chorar. Como é que estando eu aqui tu não estás? Não era suposto ser assim.
posted by Patrícia Costa Mateiro

27 fevereiro 2007

Hoje também percebo... não perdi um irmão nem um filho mas perdi o meu melhor amigo e namorado... e hoje em dia se alguém me perguntar se tenho namorado eu digo que sim ou mesmo quando falo nele, refiro-me sempre como "o meu namorado" o que por vezes deixa as pessoas a pensar. Para mim é um hábito que não vou perder nem deixar de sentir.
Homens há muitos, bons amigos há alguns, encontrar na mesma pessoa o amor da nossa vida e o nosso melhor amigo é que não é facil.... por isso mesmo estou grata de o ter encontrado, visto que muitas pessoas vivem uma longa vida sem nunca o conseguirem.
Apesar de tudo sinto-me uma mulher de sorte.
posted by Teresa Cordeiro

26 fevereiro 2007

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viuva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas
Há uns tempos atrás, em conversa com uma grande amiga minha que perdeu o filho há mais de 10 anos, ela dizia-me que ainda hoje quando perguntam quantos filhos tem, a resposta é igual: 2. Hoje percebo exactamente o que ela quis dizer. Se me perguntarem se tenho irmãos a minha resposta vai ser a mesma de sempre, sim, tenho um irmão.
posted by Patrícia Costa Mateiro

16 fevereiro 2007


O meu último aniversário com o Tio Pedro foi em 2005, quando fiz 28 anos - estava a mãe estava grávida de ti de 7 meses. De manhã tive umas dores de barriga e passei pelo hospital só para ver se estava tudo bem. Diagnosticaram-me uma gastroentrite e acabei por passar o dia todo numa cama de hospital a soro.

Ao final do dia o Tio Pedro passou lá para me dar um beijinho de parabéns. O jantar que eu tinha organizado para esse dia com a família ficou adiado para um almoço no sábado seguinte. O Tio Pedro e a Tia Té ofereceram-me de presente um CD dos The_Gift.


Hoje de manhã ligo o rádio, Comercial às 08H39 e oiço The Gift. Foi um presente, uma prova que ele está sempre comigo. Só assim tem sido possível suportar a dor da sua ausência.


posted by Patrícia Costa Mateiro

09 fevereiro 2007

Recordando 9 Fevereiro 2002

João Maria: a mãe e o pai fazem hoje 5 anos de casamento, é uma data a festejar!

Na altura em que a mãe casou, os avós tinham mudado de casa há pouco tempo e como eu não ia viver lá muito tempo, não contaram com um quarto para mim e eu dormia no quarto do Tio Pedro. Eu passava muito pouco tempo em casa, estava a trabalhar em Lisboa, saía muito cedo e voltava tarde, mas quase todos os dias antes de adormecer falava um bocadinho com o Tio Pedro. De manhã, quando me levantava fazia o menos barulho possível para não o acordar.

No dia do meu casamento levantámo-nos os 2 por volta das 10h, fomos à cidade tomar um café, encontrámos as Bias como é normal encontrar todos os sábados de manhã na cidade e fomos buscar o meu bouquet. De seguida fomos para o cabeleireiro. Eu tinha pedido ao Tio Pedro para me fazer companhia durante toda a manhã e ele assim fez. No cabeleireiro, as primas Zézinha e Nádia fizeram-lhe tudo e mais alguma coisa, ele estava tão nervoso (mais até que eu) que foi deixando, pintaram-lhe o cabelo, puseram-lhe creme na cara, foi só rir! Para mim foi uma manhã muito divertida.

O Tio Pedro estava um bocadinho ansioso, principalmente porque ia fazer uma leitura na missa, mas safou-se lindamente. Estava tão lindo (apesar do cabelo pintado que estava um bocadinho estranho, mas eu disse-lhe sempre que estava muito giro). Na festa tenho a certeza que ele se divertiu imenso, lembro-me que ele ficou na mesa do Quim Zé e ainda foram os 2 acabar a noite no QB.

Nos primeiros dias de casada a mãe às vezes chorava à noite porque sentia muito a falta do Tio Pedro, e o pai ficava um bocadinho assustado. Entretanto, passado pouco tempo de ter casado, mudei de emprego para a Omnitur em Santarém e passei a almoçar todos os dias com o Tio Pedro.

Hoje é um dia de festa para a mãe e para o pai, mas para mim um dia de festa é sempre acompanhado de alguma tristeza, falta-me a presença e o sorriso do Tio Pedro.

Desde que o Tio Pedro morreu nunca mais fui capaz de ver o meu filme de casamento. Quando fores mais crescido vemo-lo juntos.
posted by Patrícia Costa Mateiro

04 fevereiro 2007

João Maria,

Quando escrevi este texto só te tinha visto uma vez ou duas, mas assim que te vi pela primeira vez reconheci logo o sorriso do teu tio Pedro. Eu conheci o Pedro devíamos ter 7 ou 8 anos e andávamos na primária. Desde do início que nos conhecemos criou-se logo uma grande empatia que mais tarde veio a dar numa grande amizade, na melhor amizade que já tive até hoje. O teu tio foi aquele irmão que eu tinha gostado de ter, com quem passei muitos e bons momentos, com quem cresci e vi crescer, com quem passei muitas tropelias, que esteve sempre lá durante muitos anos sempre com um sorriso inconfundível e capaz de dar sempre o melhor apoio possível. Foi com ele que me diverti, que passei momentos importantes da vida e que aprendi muito. Foi o teu tio Pedro que me pôs a alcunha pela qual ainda hoje todos me conhecem e da qual tenho muito orgulho: Bekas. Vai ser sempre uma marca do teu tio em mim; cada vez que me chamam ou que converso com alguém sobre o Pedro é sempre um assunto que recordo e que me traz muito boas recordações e de que me vou sempre lembrar com o maior dos carinhos. Há coisas que não se descrevem e o que guardo no coração do Costinha são umas dessas coisas. O que guardo dele ainda hoje é sem dúvida a melhor das amizades, o sorriso, a capacidade de estar sempre lá para ajudar e aquela alegria de viver que todos deviam ter, além de muitas recordações que se as descrevesse aqui não sei se haveria espaço para tantos e bons momentos. Nos últimos tempos a vida tomou um rumo que me afastou um bocado de Santarém e levou-me a ver menos o teu tio e apenas falávamos esporadicamente, apesar de muitas vezes dar por mim a pensar nele e de como ele estaria, o que acontece ainda hoje… No dia em que a vida nos levou o Pedro encontrei-o à hora de almoço e falámos um pouco, e do facto de nos termos dispersado um bocado e de que devíamos combinar qualquer coisa para matarmos a saudades. Infelizmente nunca mais tivemos essa oportunidade e muita coisa ficou de certeza por dizer. Aceita isto como um conselho João Maria: mantém sempre os teus amigos perto de ti e nunca percas o contacto com aqueles de quem gostas.

Havia de certeza muito mais coisas para te contar sobre o teu tio, sobre aquele amigo que ainda hoje tem um lugar muito especial no meu coração, um lugar dedicado a um irmão… Acredita que o Costinha foi e será sempre uma pessoa muito especial que deixa muitas saudades. Esteja onde estiver, sei que o teu tio está a olhar por ti e pelos teus e espero que um dia te tornes na pessoa maravilhosa que o teu tio era. Por agora fico por aqui e pode ser que um dia volte a escrever aqui e consiga descrever-te melhor o teu tio.

Muitas felicidades e até um dia
Bekas
posted by Bernardo Duarte

26 janeiro 2007

Férias na neve

Amanhã vamos para a neve!
O Tio Pedro também gostava muito e tinha imenso jeito para o snowboard. Aliás, ele gostava de tudo o que fosse desportos radicais. A mãe nunca chegou a ir à neve com ele, fomos só um dia à pista artificial em Manteigas com o pai e a tia Té. Um dos senhores que trabalhava lá não teve muita sorte com a mãe e com a tia Té, passou o tempo inteiro a ajudar-nos a subir no "saca rabos" até a tia Té ferir a boca e encostar "às boxes".
O Tio Pedro tudo o que fazia era sempre com muito entusiasmo e aproveitava cada momento. Quando a mãe estava grávida de ti o pai foi com a tia Té e o Tio Pedro passar um dia à Serra da Estrela e o pai conta que ele é que teve de fazer companhia à tia Té, porque o tio Pedro passou o dia inteiro a curtir a montanha.
Por nós e por ele, vamos de certeza divertirmo-nos muito esta semana!
posted by Patrícia Costa Mateiro

19 janeiro 2007

"Só existem 2 dias do ano em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e, principalmente viver."

Dalai Lama
posted by Patrícia Costa Mateiro

16 janeiro 2007


Ontem, domingo, fomos almoçar a Peniche com os avós Mateiro, com os tios Vera e Luís e com as primas Maria e Tita.


O Tio Pedro ía muitas vezes a Peniche fazer uma das coisas que ele mais gostava, surf. Sempre que a mãe vai lá pensa muito nele e volta para casa com mais saudades. Volta sempre também com muita vontade de aprender a surfar para poder vir a fazê-lo contigo. Não posso prometer que vou aprender... mas fica aqui a promessa que vou tentar. Este Verão é garantido, a mãe vai ter umas aulas de surf, e hão-de ser em Peniche.

08 janeiro 2007

Carta da Avó Lena para o Tio Pedro

Meu querido filho:

Quando a mãe tinha a idade com que tu partiste (22 anos) pensei em casar, e logo comecei a amar-te à minha maneira, pois queria muito ter um menino. Entretanto, com a minha primeira gravidez chegou uma menina, a mana Patrícia, que todos recebemos com muito carinho e amor, mas não me preenchia totalmente. Como não desisti do meu menino, ao fim de 6 anos planeei ter mais um filho e lá vieste tu: o nosso Pedro! Eras o bebe mais lindo do mundo, loirinho e gordinho, embora tenhas nascido antes do tempo previsto. O teu nascimento trouxe-nos momentos de muita felicidade vividos por toda a família. A tua irmã passava horas de joelhos ao lado do teu berço a ver-te dormir. Houve também muitos momentos, próprios da idade, em que fizeste muitas diabruras - mas valeu sempre tudo a pena. Fui muito feliz com a tua presença... nos poucos anos que viveste ao nosso lado.

Não me esqueço do dia em que eu estava a trabalhar no Porto e me telefonaste a dizer que ias comprar a mota. A mãe disse que não te ajudava e tu ficaste aborrecido, mas conseguiste o que querias. Eu disse-te que nunca mais ia ter descanso e aquela mota só batia uma vez. Infelizmente eu tinha razão.

A tua imagem naquele trágico dia, à porta de casa a pedires-me para pôr o jantar na mesa que só demoravas 30m, vai viver para sempre comigo. Eu sei que estás num lugar bom e que nos proteges e guias no nosso dia-a-dia, mas a saudade de não te ter é muito dolorosa e não sei até quando vou suportar a tua ausência.

Obrigada por todas as alegrias que me deste, pelo bom amigo e óptimo filho que sempre fostes.

Beijos da mãe e até sempre.


Para ti, meu querido João Maria, terás sempre o Tio Pedro a olhar por ti, sei que ele te amou e ama muito e vai proteger-te na tua vida, que espero venha a ser longa e cheia de coisas boas.

Um beijinho grande.
Avó Lena

07 janeiro 2007

Pedro e Té

14 de Abril de 2005

João Maria: nesta fotografia tinhas apenas umas horas de vida. Nasceste às 16H55 e por volta das 19H30 tiveste as tuas primeiras visitas. O Tio Pedro estava muito ansioso para te conhecer e para brincar contigo, mas tu estavas muito cansado e só querias dormir. Antes de nasceres ele adorava pôr a mão na barriga da mãe para sentir os teus movimentos. Fazia-te muitas festinhas e falava dos planos que tinha para ti. Recordo com saudade o ar enternecedor com que ele olhou para ti pela primeira vez e o ar de preocupado com que ele perguntou à mãe "E tu, como estás?"

Ainda no hospital as enfermeiras comentaram que eras parecido com o Tio Pedro, mas nõs não te achavamos parecido com ninguém. Achámos só que eras um bébé lindo. Hoje acho que herdaste o olhar do Tio Pedro, algumas das suas expressões de maroto e definitivamente a sua teimosia. Espero que herdes também a sua coragem e alegria de viver.

O sorriso do Tio Pedro está tão sincero nesta fotografia que foi a imagem que a mãe escolheu para fazer uns cartões que entregou a amigos e familiares, para que todos o recordem assim: a sorrir!

posted by Patrícia Costa Mateiro

Pedro Miguel Beja de Jesus Costa

N 08.04.1983 / F 13.09.2005