29 dezembro 2006

Querido João Maria,
Sou a "tia" Mariana, trabalhei com a tua Mãe mais ou menos 4 anos em Santarém. De princípio éramos só colegas de trabalho, nada de amizade, mas com o tempo ficámos amigas. Lembro-me que no início cruzava-me na cidade com a tua Avó, com a Mãe e com o tio Pedro. Era engraçado porque, ao almoço, na mesa do lado quase sempre estava uma Senhora, já velhota, que bebia a coca-cola toda de seguida e no fim lá libertava uns gases!!! Era de fartar de rir, o tio Pedro também se ria muito. Ele era muito querido, caladinho e sempre com um sorriso muito simpático e carinhoso. A tua Mãe preocupava-se sempre muito com o mano dela. Queria sempre saber se tudo estava bem, o que ele tinha feito, o que ele ia fazer, se precisava de alguma coisa... Tu ainda não tinhas nascido e eu pensava "se ela é assim com o irmão como será quando tiver um filho?" Era engraçado porque havia uma grande empatia entre a Mãe Patrícia e o tio Pedro, era uma admiração mútua! Digo mesmo eram apaixonados um pelo outro.Acho que a tua Mãe teve uma óptima ideia ao fazer este blog para todos os dias podermos relembar um pouco o tio Pedro.
Por hoje é tudo!
Um beijinho muito grande para ti, João Maria.
posted by Mariana Mendia

24 dezembro 2006

Noite de Natal 2006

Querido João Maria:
O Tio Pedro está sempre connosco e em especial nas noites de festa. Hoje, na noite de Natal, esteve presente a ver-te abrir os presentes e viu-te a dar os primeiros passos no skate que a Tia Té te ofereceu. Está de certeza muito orgulhoso de ti.

posted by Patrícia Costa Mateiro

21 dezembro 2006

20 dezembro 2006

A felicidade exige valentia

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
posted by João Pedro Amorim
Meu querido sobrinho, infelizmente não posso dar o contributo que gostava para este teu BLOG. Isto pelo simples facto de que não tive o tempo suficiente para registar “grandes momentos” com o Tio Pedro, contudo, os momentos que estivemos juntos foram suficientes para perceber da sua agradável simpatia, forma afável no trato, e força de viver, própria da sua juventude….. , o destino não nos deu tempo para assistirmos juntos à tua adolescência e participarmos da tua formação como Homem. Agora as minhas responsabilidades são acrescidas, vou estar sozinho neste papel de Tio, mas penso que o Tio Pedro vai estar sempre por perto para me dar uma mãozinha.
Penso que até ao momento temos cumprido com o nosso papel.
Beijinhos do Tio Luís.
posted by Luís Garrotes

19 dezembro 2006


“Tenho saudades de ti. Saudades dos nossos momentos... Saudades dos nossos momentos bons e dos maus também. Tenho saudades das nossas conversas sem pé nem cabeça, saudades das nossas discussões. Tenho saudades dos nossos passeios, da nossa vida nada parecida, do teu sorriso quando falavas algo engraçado, da tua cara de ódio, quando mesmo sem querer eu te irritava.

Tenho saudades do teu ciúme com fundamento e dos sem fundamento também. Saudades dos teus medos e da maneira que eu cuidava deles. Saudades da maneira como tu te preocupavas comigo, saudades da tua fraqueza, que me dava força para ser forte. Saudades do nosso primeiro beijo e do último também.

Saudades da nossa vida tão igual e tão desigual. Tenho saudades de quando tu aparecias do nada e me fazias sorrir pelo simples facto de estar ali. Tenho saudades do teu amor intenso, da maneira que tu dizias “eu amo-te” deixando um brilho nos meus olhos. Saudades das tuas mãos nas minhas, a minha boca na tua. Saudades dos meus braços à procura dos teus e dos teus braços procurando os meus.

Tenho saudades dos planos que fizemos, dos nossos sonhos impossíveis que na nossa vida tentamos juntos construir. Tenho saudades de tudo que se realizou e de tudo que não se realizou. Tenho saudades da nossa música que até hoje toca para me fazer sentir mais saudades.

Tenho saudades de dizer “amo-te”. Tenho saudades de ouvir “amo-te”.Tenho saudades de estar contigo, simplesmente por estar. Tenho saudades de tua amizade, da tua força e de tua confiança em mim, em nós. Tenho saudades da tua voz, do teu carinho, da tua paixão, do teu desejo, das tuas loucuras, da tua inteligência, do teu talento. Saudades de ti quando estavas comigo.

Saudades de mim quando estava contigo. Saudades do nosso casamento que não aconteceu. Saudades dos filhos que não tivemos. Saudades da cama que não dividimos. Saudades do futuro que não vivemos. Saudades de ti..”
Anónimo
posted by Teresa Cordeiro

"Chuva" by Mariza

“As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história da história da gente
E outras de quem nem o nome lembramos ouvir
São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo e acabei por perder
Há dias que marcam a alma e a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Aí... meu choro de moça perdida
Gritava à cidade que o fogo do amor sob chuva há instantes morrera
A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade”

posted by Teresa Cordeiro
Querido João Maria,

Estou sentada na minha secretaria a escrever-te esta carta e a pensar nas primeiras palavras que disse à minha melhor amiga, “ O que é que eu faço agora?”…pois é, esta pergunta surge-me todos os dias e continuo sem resposta para esta pergunta embora a resposta seja bastante evidente, a minha mente rejeita-a.

Ao escrever-te esta carta, não só estou a lutar contra o fantasma de alguém que amei e perdi, mas também para que saibas que o teu Tio Pedro foi a melhor pessoa que eu conheci.

Um ano e três meses passaram….mas agradeço pelo teu tio Pedro ter aparecido na minha vida ter-me dado tanta alegria, agradeço por me ter amado e mais do que tudo agradeço pelas recordações que guardarei para sempre.

Embora esteja ainda a lamentar aquilo que poderia ter sido, sinto-me eternamente grata por ele ter entrado na minha vida.

João escrevo-te esta carta, para que saibas que o teu Tio Pedro amava-te muito e para saberes que é possível seguir em frente com as nossas vidas, por mais terrível que seja a nossa dor.

Não sei se os mortos podem voltar para junto de nós e andar junto de nós sem serem vistos por aqueles que os amaram, mas se podem, então não te preocupes, ele estará sempre contigo.

Com amor,
Teresa Cordeiro

18 dezembro 2006


(festa de aniversário a 8 de Abril de 2005)


8 de Abril de 2006
A morte só é trágica porque a vida é abençoada.
Deus valoriza acima de tudo a vida e tu sempre soubeste valorizar e saborear cada minuto.
Antes de nasceres pedi muitas vezes aos pais que me dessem um irmão e o dia do teu nascimento foi de todos o melhor presente que alguma vez recebi.
Hoje, no dia em que farias 23 anos, agradeço a Deus por esse dia.
Agradeço a Deus pela tua alegria e por todos os momentos que partilhámos juntos.
Agradeço a Deus pelo teu exemplo de vida.
Especialmente hoje, peço a Deus que me dê força e sabedoria para viver os anos que não viveste.
posted by Patrícia Costa Mateiro
"A morte nada é.
Eu estou apenas noutro lado, eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chamem-me como sempre me chamaram.
Falem-me como sempre me falaram.
Não mudem o tom da vossa voz,
Nem façam um ar solene ou triste.
Continuem a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinquem, sorriam, pensem em mim,
Rezem por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi;

Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O “fio” não foi cortado.
Porque é que eu,
Estando longe do vosso olhar,
Estaria longe do vosso pensamento?
Espero-vos, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vêem,
Tudo está bem."
Henry Scott Holland
posted by Patrícia Costa Mateiro

Entrega de diplomas nos Bombeiros Municipais de Santarém (28 Dezembro 2005)



Num dos nossos almoços habituais de segunda a sexta, dos quais tenho tantas saudades, o meu irmão comentou comigo que ia tirar um curso de bombeiro. Quando o interroguei porquê respondeu com um ar maroto característico de um jovem de 22 anos: “Parece que pagam Eur 200.00”. Julgo que só após a primeira acção de formação se apercebeu que ia realmente integrar o Corpo dos Bombeiros Municipais de Santarém, num voluntariado com uma escala de serviço que o obrigaria a dormir menos horas que o habitual e a deixar-lhe menos tempo livre para a praia, a família, os amigos e a Teresa.

À medida que o curso foi avançando, o interesse do Pedro foi aumentando. Para já o facto de ter quase sempre as melhores notas, surpreendia-o muito. “Nunca fui o melhor aluno a nada... ou eu de repente tornei-me mais esperto ou tenho realmente jeito para isto” dizia ele com um sorriso só dele. Dos serviços de ambulância impressionavam-no muito os casos dos idosos que viviam sozinhos, os acidentes rodoviários. De todos, o que mais o impressionou foi o do bebe que faleceu com dois meses nos braços da mãe, a mesma idade que o sobrinho tinha nessa altura.

Quando eu ouvia tocar a sirene dos bombeiros por vezes ligava-lhe a dizer “Vá mano, não és bombeiro? Larga tudo o que estás a fazer e corre para o fogo!” ou quando ele estava de serviço e dizia que tinha saído na ambulância eu perguntava “desceste pelo corrimão como nos filmes?” Outras vezes eu ligava-lhe, aliás eu passava a vida a ligar-lhe, a perguntar onde é que ele estava e ele respondia “Estou no hospital, mas não te preocupes! É um serviço dos bombeiros.”

Podia estar um dia inteiro a trabalhar e ao final do dia em nada sentir-se realizado; enquanto que bastava-lhe um serviço nos bombeiros, aliviando a dor de alguém, para dar sentido a esse dia. Ser bombeiro despertou-lhe sensibilidades que eu e até ele mesmo desconhecia. Depois de ter assistido a uma morte por afogamento na praia do Baleal, adquiriu um kit de reanimação que trazia sempre consigo. Estava sempre pronto a ajudar o próximo!
Fazia parte do seu projecto de vida abraçar esta actividade a tempo inteiro e tonar-se bombeiro profissional. Ultimamente o entusiasmo era tal, que muitas vezes chegou a dizer: “Qualquer dia ainda tiro o lugar ao comandante”.

Que bom sabermos que “aquilo que está para vir é sempre melhor do que aquilo que já foi”. Este era o lema de vida do meu irmão no qual hoje vos peço que acreditem. Acreditem, como eu, que o Pedro nos protege e nos guia no dia-a-dia. Recordemos juntos a sua alegria.
posted by Patrícia Costa Mateiro


"Gostava de vos consolar mas preciso que acreditem...
Acreditem que estou num lugar único cheio de pureza,
paz e harmonia que, não me deixa parar de sorrir.
Acreditem que a fé que têm, vos irá unir sempre a mim ao céu.
Acreditem que daqui olho por todos e vos protejo e guio no dia-a-dia.
Acreditem que aqui não há sofrimento, apenas amor e alegria.
Acreditem que a vida continua e que juntos seguiremos unidos pelo amor.
Acreditem que jamais vos esquecerei e daqui olho por cada um.
Acreditem que quando vierem estar comigo vos receberei de braços abertos..."

Anónimo
posted by Patrícia Costa Mateiro

"Não chores porque terminou, sorri antes porque sucedeu"



Li esta frase num desses emails que nos chegam diariamente com frases positivas a piscar em cima de lindas paisagens. Esta teve um significado especial para mim, porque deixou-me a pensar nas razões que o tio Pedro me dá para sorrir. Sorrio pela sorte que tenho de ele ser o meu irmão, sorrio por ter disfrutado em pleno do sentimento de cumplicidade que só existe entre irmãos, sorrio pelas horas que passei ao seu lado no berço a admirá-lo como se do Menino Jesus se tratasse, sorrio pela recordação dos abraços apertados e das longas conversas nos nossos almoços diários, sorrio por ter partilhado dos seus sonhos e os ter vivido como meus, sorrio de alegria com lágrimas que não escondem a tristeza de uma saudade presente.
posted by Patrícia Costa Mateiro

Pedro Miguel Beja de Jesus Costa

N 08.04.1983 / F 13.09.2005