João Maria: este blog é para ti, Kiki e para ti, Zezinho e para ti, para conhecerem melhor o vosso anjo da guarda, que vos protege e vos segue com muito amor - O Tio Pedro. Mano: as saudades são mais que muitas e falar de ti faz com que te sinta mais próximo de nós. Trago-te sempre comigo. Como gosto de brincar com as palavras, por aqui se encontra um bocadinho de tudo.
03 novembro 2007
20 setembro 2007
Querido João Maria: vais ter o melhor presente de todos: um MANO
João Maria: xiiiim
Mariana S&S: E como é que se vai chamar o mano?
João Maria: maaaaanooooooo
Mariana S&S: Mas que nome queres dar ao mano?
João Maria: Pedro
Mariana S&S: Pedro quê?
João Maria: Pedro Miguel.
E assim será. O mano há-de nascer em Fevereiro, o mês da mãe e vai ter o nome do Tio: Pedro Miguel.
13 Setembro 2005
14 setembro 2007
As Missas
11 setembro 2007
31 agosto 2007
30 de Agosto - Mariza no Castelo de Óbidos
Hoje vai um beijinho especial cheio de boas recordações,
Mariana
Minha querida Mariana: a Mariza fez ontem uma interpretação de "Chuva" GENIAL. Para mim, e para a Té que estava comigo, embora não tenhamos comentado nada uma com a outra - foi um momento alto do concerto. Essa música está para sempre associada à imagem do meu irmão.
Lembro-me dele sempre, mas à hora de almoço mais, lembro-me muitas vezes, como tu referes, dele a entrar pela Omnitur SEMPRE A RIR "então? onde é que vamos almoçar?".
Os primeiros dias foram realmente muito difíceis! Voltar ao trabalho, depois de 5 meses em casa com o João Maria, e sem a companhia do meu querido mano...
Hoje, passados quase 2 anos, ainda me pergunto muitas vezes e sempre sem resposta "como é que isto foi acontecer? a ele, a mim, aos meus pais, à Té?"
Tenho tempo e não vou ao cemitério. Tenho histórias para contar e não as escrevo no blog. Morro de saudades e não consigo chorar.
A Mariza ontem e a tua mensagem hoje fizeram-me chorar e rir. E vai ser sempre assim toda a minha vida. Sempre que me lembro do Tio Pedro, choro e rio.
posted by Patrícia Costa Mateiro
19 junho 2007
Da Weasel
Ontem fomos ver o concerto dos Da Weasel a Almeirim, a digressão do album Amor, Escarnio e Mal Dizer. O João Maria adorou metade do concerto, a outra metade dormiu. O album Re-Definições que saiu em 2004 foi o último presente de Natal que a Tia Té deu ao Tio Pedro (Dez 04). Oiço muitas vezes o CD e o João Maria já tenta cantar a Nina.
posted by Patrícia Costa Mateiro
10 maio 2007
Quero é Viver
Entre muitas outras, encontrei esta foto do Tio Pedro que eu nunca tinha visto. Foi tirada na costa alentejana, no Verão de 2003. Estão os 4 tão felizes! Que saudades de ver o Tio Pedro sorrir assim, de lhe falar, de o abraçar.
Vou viver até quando eu não sei
Amanhã, espero sempre um amanhã
04 maio 2007
Passei pelo seu blog por mero acaso e não pude deixar de lhe dar uma nota.
Afinal, eu sou (era) o Comandante a quem Pedro iria tirar o lugar !
Fui seu formador na preparação para a promoção a bombeiro de 3ª classe e acredite que, assim a vida tivesse deixado, o Pedro era um forte candidato a chegar muito longe na carreira.
Para além de partilhar a certeza da pessoa que o Pedro era/é gostava de lhe dizer que a memória dele vai-me ficar para sempre gravada.
Por múltiplas razões vários foram os Homens que morreram na mesma altura em que eu os comandava. Mas o Pedro foi uma dor excepcional.
Por mero acaso tínhamo-nos encontrado no fim-de-semana anterior ao acidente em Valada. Ele estava com amigos, mas perante a minha necessidade de ajuda numa pequena reparação da minha pequena embarcação à vela, ficou comigo. “Se lhe desse uma boleia para Santarém”…(como se isso estivesse em causa!)
Pelo caminho falámos de coisas banais mas logo ali ficou combinada uma experiência de navegação à vela.
Quando o telefone tocou para me alertar do que tinha acontecido, custou-me a acreditar no que estava a ouvir : “…Vem depressa que o pessoal está destroçado e eu acho que és preciso aqui…”. Ainda protestei, incrédulo : “…mas eu acabei de estar com ele..:”
Mas como sempre que o telefone toca, tal como o do Pedro tocava quando era preciso, a realidade dura e crua, chamava…
Cerca de 20 minutos antes, saudáramo-nos junto ao Hospital Velho, com o Pedro a gritar na janela do carro : “Então, no Sábado vamos dar uma volta à vela ?” – “Como combinado”, respondi eu.
Foi um dos mais desesperantes acidentes de toda a minha vida: Queria pensar e tinha dificuldade; A maioria dos bombeiros estava de rastos e com dificuldade em reagir; Os habituais mirones, sedentos, estavam a postos e protestavam porque nós tínhamos tapado todo o incidente com lonas. A privacidade de e para com um camarada nosso impôs-se nesse dia. Queríamos todos que aquilo não estivesse a acontecer !
E doía-nos a todos. Não consigo deixar de pensar numa expressão que um camarada, que sempre foi muito duro nestas coisas, repetia, num “gesto” de ternura que raramente se lhe via : “Ah, puto, puto !“
Acabámos por ficar 3 que, dolorosamente, nos arrastámos para acabar a nossa missão. Já enviara para o quartel a maioria do pessoal que estava em choque…
Estávamos preocupados com os pais do Pedro e como lhe daríamos a notícia. Só nessa infeliz noite soube quem era o pai do Pedro (que eu conhecia há muito da cidade) e a mãe. Ironias do destino !
O Pedro foi, para mim, uma daquelas raras oportunidades em que cruzamos com um outro ser humano absolutamente excepcional. Era simpático, cordato, disciplinado, empreendedor, gostava de aprender tudo sobre bombeiros e prometia ser um excepcional bombeiro.
Mantenho no meu actual gabinete a fotografia do Pedro. Faz-me pensar nele e na possibilidade de perdermos pessoas excepcionais por razões que jamais compreenderemos.
Pela estima que tinha pelo Pedro, acredito que o desaparecimento dele terá de ter acontecido por uma razão prática e boa para a Humanidade.
Há velas que não se apagam apenas porque o vento passa por elas. O Pedro era desses !
Por último fique a saber o meu sentimento de ambivalência pela entrega do Diploma do Pedro. Raiva por não lho entregar a ele, alegria porque ele o merecia….
Apresente os meus cumprimentos aos seus pais e receba para si e para a família, especialmente para o sobrinho do Pedro, um abraço do
Pedro Carvalho
Inspector de Bombeiros – Açores
PS – Gostaria de realçar que não sou capaz de fazer elogios “fáceis” e costumo ser razoavelmente frio no que toca a emoções (deformação profissional ?).
Durante o desempenho das minhas funções em Santarém dei 2 louvores, apesar de gostar de ver o trabalho bem feito. Mas, talvez pela personalidade do Pedro, ao escrever estas singelas linhas não pude evitar umas quantas lágrimas…
26 abril 2007
Um Olhar que me Acalma
16 abril 2007
A Internet tem destas coisas
08 abril 2007
07 abril 2007
Semelhanças # 2 "A Alegria na Praia"
posted by Patrícia Costa Mateiro
Semelhanças # 1 "A birra"
Tal tio, tal sobrinho...
São os 2 do mesmo signo: 2 "carneiros" muito meigos, muito amigos, decididos e muito teimosos!
O Tio Pedro fazia muitas vezes birra quando lhe queríamos tirar uma fotografia. Adorava mexer na máquina fotográfica, aliás, como todas as crianças adorava mexer em tudo o que tivesse muitos botões. Quando não lhe fazíamos a vontade, fazia uma birra e confesso que eu até achava uma certa piada.
Assim és tu, meu querido João Maria... começas a ficar parecido com o Tio Pedro.
06 abril 2007
04 abril 2007
O Menino Cara-de-Anjo
02 abril 2007
Missa do 24º Aniversário
29 março 2007
A Desenhadora de Espelhos
Não quero falar muito de motas. Por isso começo por aí: porque a mamã tinha uma Bordeaux e eu, uma vermelha. Uma das nossas actividades favoritas aos 16 anos era faltar às aulas de alemão para ir até Almeirim jogar snooker. Andar de mota nos courts de ténis de Santarém, subir todas as ladeiras que podiam ser possíveis com uma acelera (o tipo de mota que tínhamos) e rir à gargalhada sem parar. Chegámos mesmo a encurralar uma velhota que vinha na passadeira: uma de nós passou com a mota pela frente da velhota e a outra por trás, ao mesmo tempo. Não foi muito simpático. A tua mamã que, tinha sempre azar com o seu nariz, conseguiu levantar voo literalmente do banco da mota e aterrar no vidro de trás de um camião. E partiu o nariz. Por vezes à noite, mesmo proibidas pelos nossos respectivos pais lá íamos a Almeirim á noite. A verdade é que nos divertimos muito, João. O vento que nos cortava à cara em cada viagem, os sonhos que se elevavam quando nos sobrepúnhamos no guiador, as gargalhas que ecoavam na recta do tribunal, as ultrapassagens na estrada de campo para Alpiarça. As nossas motas foram ouvintes das nossas memórias, meios de transporte entre cidades, arquivador de poemas e luzes no lusco fusco. As nossas motas chegaram mesmo a ser transportadoras de bolos, queques, quiches, salgadinhos, tarteletes, tartinhas, bolachas, que a mamã e eu fazíamos para ganhar algum dinheiro para as férias e depois íamos distribuir no infantário onde a minha mãe trabalhava, vendíamos a amigos e trabalhávamos por encomenda. Era um bom negócio que a tia Inês tinha ali onde a mamã participava activamente. As motas serviam também como meio de transporte para dar umas explicações à nossa única aluna - a Márcia, as nossas motas foram quase carroças para nos trazerem das vindimas, onde, eu fui mordida grandemente por uma vespa que na perna - entretanto mudamos de ideias e começamos a ir com outra amiga da mamã - a lurdes - de carro, o mini. A minha mota vermelha serviu-me de inspiração para escrever um par de artigos sobre a "vespa", umas motas antigas que marcaram o mundo, isto num jornal onde trabalhei enquanto a tua mamã viveu na Finlândia. Um dia mostro-te e explico-te com pormenor, a alma da vespa e o som que faz quando nos fala ao ouvido. Fizemos coisa proibidas, queríamos coisas proibidas, desbravamos caminhos proibidos. Éramos muito novas e isso era uma coisa normal. As motas fizeram-nos felizes. O teu tio Pedro passou uma grande parte do seu crescimento a ver-nos de um lado para outro com mil ideias e projectos, tinha amigos mais velhos com outro tipo de motas, de vez em quando pedia emprestado a mota à mãe Patrícia e a mim para dar uma voltinhas. A mota só nos transporta mas quem guia somos nós. Há sempre factores externos, pedras na rua, carros que passam, pôr do sol forte em frente a nós na estrada e até um gato bonito a correr à nossa frente. A explicação do mundo e dos acontecimentos não reside em nós, mas aceitação do que o mundo nos oferece está dentro do nosso coraçãozinho. Mas sabes João, eu tenho uma grande móvel de gavetas na minha cabeça onde guardo as histórias. Tenho muitas para te contar. A maior de todas é resumida na nossa fragilidade como seres humanos físicos mas na nossa capacidade tão infinita de criar sonhos, ilusões e paixões e de continuar a acreditar e prosseguir. E o teu tio Pedro era uma pessoa assim, desenhado à luz da irmã, a tua mãe, à luz do exemplo da beleza da vida, da discrição interior, de saber-se amado com loucura por toda a gente que o rodeava. O teu tio Pedro, meu querido João, não era só uma pessoa querida simpática, doce, afável ou boa pessoa. O teu tio Pedro era um espelho de amor. Pede à mamã para ir contigo a um espelho e aponta a luz do relógio, o que vês? a luz reflectida em todas as paredes, em todas as pessoas, em todo o espaço em frente ao espelho. O teu tio Pedro era feito de doçura e amor. A tua mãe é a base de tudo isto. Olha para ela, João, não é bonita? A tua mãe constrói esses espelhos. Gosta muito muito dela e põe a chave desse amor no teu coraçãozinho e ela estará ao pé de ti sempre. Reflectida.
28 março 2007
23 março 2007
04 março 2007
27 fevereiro 2007
26 fevereiro 2007
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viuva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.
16 fevereiro 2007
Ao final do dia o Tio Pedro passou lá para me dar um beijinho de parabéns. O jantar que eu tinha organizado para esse dia com a família ficou adiado para um almoço no sábado seguinte. O Tio Pedro e a Tia Té ofereceram-me de presente um CD dos The_Gift.
09 fevereiro 2007
Recordando 9 Fevereiro 2002
Na altura em que a mãe casou, os avós tinham mudado de casa há pouco tempo e como eu não ia viver lá muito tempo, não contaram com um quarto para mim e eu dormia no quarto do Tio Pedro. Eu passava muito pouco tempo em casa, estava a trabalhar em Lisboa, saía muito cedo e voltava tarde, mas quase todos os dias antes de adormecer falava um bocadinho com o Tio Pedro. De manhã, quando me levantava fazia o menos barulho possível para não o acordar.
No dia do meu casamento levantámo-nos os 2 por volta das 10h, fomos à cidade tomar um café, encontrámos as Bias como é normal encontrar todos os sábados de manhã na cidade e fomos buscar o meu bouquet. De seguida fomos para o cabeleireiro. Eu tinha pedido ao Tio Pedro para me fazer companhia durante toda a manhã e ele assim fez. No cabeleireiro, as primas Zézinha e Nádia fizeram-lhe tudo e mais alguma coisa, ele estava tão nervoso (mais até que eu) que foi deixando, pintaram-lhe o cabelo, puseram-lhe creme na cara, foi só rir! Para mim foi uma manhã muito divertida.
O Tio Pedro estava um bocadinho ansioso, principalmente porque ia fazer uma leitura na missa, mas safou-se lindamente. Estava tão lindo (apesar do cabelo pintado que estava um bocadinho estranho, mas eu disse-lhe sempre que estava muito giro). Na festa tenho a certeza que ele se divertiu imenso, lembro-me que ele ficou na mesa do Quim Zé e ainda foram os 2 acabar a noite no QB.
Nos primeiros dias de casada a mãe às vezes chorava à noite porque sentia muito a falta do Tio Pedro, e o pai ficava um bocadinho assustado. Entretanto, passado pouco tempo de ter casado, mudei de emprego para a Omnitur em Santarém e passei a almoçar todos os dias com o Tio Pedro.
Hoje é um dia de festa para a mãe e para o pai, mas para mim um dia de festa é sempre acompanhado de alguma tristeza, falta-me a presença e o sorriso do Tio Pedro.
Desde que o Tio Pedro morreu nunca mais fui capaz de ver o meu filme de casamento. Quando fores mais crescido vemo-lo juntos.
04 fevereiro 2007
Quando escrevi este texto só te tinha visto uma vez ou duas, mas assim que te vi pela primeira vez reconheci logo o sorriso do teu tio Pedro. Eu conheci o Pedro devíamos ter 7 ou 8 anos e andávamos na primária. Desde do início que nos conhecemos criou-se logo uma grande empatia que mais tarde veio a dar numa grande amizade, na melhor amizade que já tive até hoje. O teu tio foi aquele irmão que eu tinha gostado de ter, com quem passei muitos e bons momentos, com quem cresci e vi crescer, com quem passei muitas tropelias, que esteve sempre lá durante muitos anos sempre com um sorriso inconfundível e capaz de dar sempre o melhor apoio possível. Foi com ele que me diverti, que passei momentos importantes da vida e que aprendi muito. Foi o teu tio Pedro que me pôs a alcunha pela qual ainda hoje todos me conhecem e da qual tenho muito orgulho: Bekas. Vai ser sempre uma marca do teu tio em mim; cada vez que me chamam ou que converso com alguém sobre o Pedro é sempre um assunto que recordo e que me traz muito boas recordações e de que me vou sempre lembrar com o maior dos carinhos. Há coisas que não se descrevem e o que guardo no coração do Costinha são umas dessas coisas. O que guardo dele ainda hoje é sem dúvida a melhor das amizades, o sorriso, a capacidade de estar sempre lá para ajudar e aquela alegria de viver que todos deviam ter, além de muitas recordações que se as descrevesse aqui não sei se haveria espaço para tantos e bons momentos. Nos últimos tempos a vida tomou um rumo que me afastou um bocado de Santarém e levou-me a ver menos o teu tio e apenas falávamos esporadicamente, apesar de muitas vezes dar por mim a pensar nele e de como ele estaria, o que acontece ainda hoje… No dia em que a vida nos levou o Pedro encontrei-o à hora de almoço e falámos um pouco, e do facto de nos termos dispersado um bocado e de que devíamos combinar qualquer coisa para matarmos a saudades. Infelizmente nunca mais tivemos essa oportunidade e muita coisa ficou de certeza por dizer. Aceita isto como um conselho João Maria: mantém sempre os teus amigos perto de ti e nunca percas o contacto com aqueles de quem gostas.
Havia de certeza muito mais coisas para te contar sobre o teu tio, sobre aquele amigo que ainda hoje tem um lugar muito especial no meu coração, um lugar dedicado a um irmão… Acredita que o Costinha foi e será sempre uma pessoa muito especial que deixa muitas saudades. Esteja onde estiver, sei que o teu tio está a olhar por ti e pelos teus e espero que um dia te tornes na pessoa maravilhosa que o teu tio era. Por agora fico por aqui e pode ser que um dia volte a escrever aqui e consiga descrever-te melhor o teu tio.
Bekas
26 janeiro 2007
Férias na neve
19 janeiro 2007
16 janeiro 2007
08 janeiro 2007
Carta da Avó Lena para o Tio Pedro
Quando a mãe tinha a idade com que tu partiste (22 anos) pensei em casar, e logo comecei a amar-te à minha maneira, pois queria muito ter um menino. Entretanto, com a minha primeira gravidez chegou uma menina, a mana Patrícia, que todos recebemos com muito carinho e amor, mas não me preenchia totalmente. Como não desisti do meu menino, ao fim de 6 anos planeei ter mais um filho e lá vieste tu: o nosso Pedro! Eras o bebe mais lindo do mundo, loirinho e gordinho, embora tenhas nascido antes do tempo previsto. O teu nascimento trouxe-nos momentos de muita felicidade vividos por toda a família. A tua irmã passava horas de joelhos ao lado do teu berço a ver-te dormir. Houve também muitos momentos, próprios da idade, em que fizeste muitas diabruras - mas valeu sempre tudo a pena. Fui muito feliz com a tua presença... nos poucos anos que viveste ao nosso lado.
Não me esqueço do dia em que eu estava a trabalhar no Porto e me telefonaste a dizer que ias comprar a mota. A mãe disse que não te ajudava e tu ficaste aborrecido, mas conseguiste o que querias. Eu disse-te que nunca mais ia ter descanso e aquela mota só batia uma vez. Infelizmente eu tinha razão.
A tua imagem naquele trágico dia, à porta de casa a pedires-me para pôr o jantar na mesa que só demoravas 30m, vai viver para sempre comigo. Eu sei que estás num lugar bom e que nos proteges e guias no nosso dia-a-dia, mas a saudade de não te ter é muito dolorosa e não sei até quando vou suportar a tua ausência.
Obrigada por todas as alegrias que me deste, pelo bom amigo e óptimo filho que sempre fostes.
Beijos da mãe e até sempre.
Para ti, meu querido João Maria, terás sempre o Tio Pedro a olhar por ti, sei que ele te amou e ama muito e vai proteger-te na tua vida, que espero venha a ser longa e cheia de coisas boas.
Um beijinho grande.
Avó Lena
07 janeiro 2007
14 de Abril de 2005
João Maria: nesta fotografia tinhas apenas umas horas de vida. Nasceste às 16H55 e por volta das 19H30 tiveste as tuas primeiras visitas. O Tio Pedro estava muito ansioso para te conhecer e para brincar contigo, mas tu estavas muito cansado e só querias dormir. Antes de nasceres ele adorava pôr a mão na barriga da mãe para sentir os teus movimentos. Fazia-te muitas festinhas e falava dos planos que tinha para ti. Recordo com saudade o ar enternecedor com que ele olhou para ti pela primeira vez e o ar de preocupado com que ele perguntou à mãe "E tu, como estás?"
O sorriso do Tio Pedro está tão sincero nesta fotografia que foi a imagem que a mãe escolheu para fazer uns cartões que entregou a amigos e familiares, para que todos o recordem assim: a sorrir!
posted by Patrícia Costa Mateiro