27 fevereiro 2007

Hoje também percebo... não perdi um irmão nem um filho mas perdi o meu melhor amigo e namorado... e hoje em dia se alguém me perguntar se tenho namorado eu digo que sim ou mesmo quando falo nele, refiro-me sempre como "o meu namorado" o que por vezes deixa as pessoas a pensar. Para mim é um hábito que não vou perder nem deixar de sentir.
Homens há muitos, bons amigos há alguns, encontrar na mesma pessoa o amor da nossa vida e o nosso melhor amigo é que não é facil.... por isso mesmo estou grata de o ter encontrado, visto que muitas pessoas vivem uma longa vida sem nunca o conseguirem.
Apesar de tudo sinto-me uma mulher de sorte.
posted by Teresa Cordeiro

26 fevereiro 2007

na hora de pôr a mesa, éramos cinco:
o meu pai, a minha mãe, as minhas irmãs
e eu. depois, a minha irmã mais velha
casou-se. depois, a minha irmã mais nova
casou-se. depois, o meu pai morreu. hoje,
na hora de pôr a mesa, somos cinco,
menos a minha irmã mais velha que está
na casa dela, menos a minha irmã mais
nova que está na casa dela, menos o meu
pai, menos a minha mãe viuva. cada um
deles é um lugar vazio nesta mesa onde
como sozinho. mas irão estar sempre aqui.
na hora de pôr a mesa, seremos sempre cinco.
enquanto um de nós estiver vivo, seremos
sempre cinco.

José Luís Peixoto, A Criança em Ruínas
Há uns tempos atrás, em conversa com uma grande amiga minha que perdeu o filho há mais de 10 anos, ela dizia-me que ainda hoje quando perguntam quantos filhos tem, a resposta é igual: 2. Hoje percebo exactamente o que ela quis dizer. Se me perguntarem se tenho irmãos a minha resposta vai ser a mesma de sempre, sim, tenho um irmão.
posted by Patrícia Costa Mateiro

16 fevereiro 2007


O meu último aniversário com o Tio Pedro foi em 2005, quando fiz 28 anos - estava a mãe estava grávida de ti de 7 meses. De manhã tive umas dores de barriga e passei pelo hospital só para ver se estava tudo bem. Diagnosticaram-me uma gastroentrite e acabei por passar o dia todo numa cama de hospital a soro.

Ao final do dia o Tio Pedro passou lá para me dar um beijinho de parabéns. O jantar que eu tinha organizado para esse dia com a família ficou adiado para um almoço no sábado seguinte. O Tio Pedro e a Tia Té ofereceram-me de presente um CD dos The_Gift.


Hoje de manhã ligo o rádio, Comercial às 08H39 e oiço The Gift. Foi um presente, uma prova que ele está sempre comigo. Só assim tem sido possível suportar a dor da sua ausência.


posted by Patrícia Costa Mateiro

09 fevereiro 2007

Recordando 9 Fevereiro 2002

João Maria: a mãe e o pai fazem hoje 5 anos de casamento, é uma data a festejar!

Na altura em que a mãe casou, os avós tinham mudado de casa há pouco tempo e como eu não ia viver lá muito tempo, não contaram com um quarto para mim e eu dormia no quarto do Tio Pedro. Eu passava muito pouco tempo em casa, estava a trabalhar em Lisboa, saía muito cedo e voltava tarde, mas quase todos os dias antes de adormecer falava um bocadinho com o Tio Pedro. De manhã, quando me levantava fazia o menos barulho possível para não o acordar.

No dia do meu casamento levantámo-nos os 2 por volta das 10h, fomos à cidade tomar um café, encontrámos as Bias como é normal encontrar todos os sábados de manhã na cidade e fomos buscar o meu bouquet. De seguida fomos para o cabeleireiro. Eu tinha pedido ao Tio Pedro para me fazer companhia durante toda a manhã e ele assim fez. No cabeleireiro, as primas Zézinha e Nádia fizeram-lhe tudo e mais alguma coisa, ele estava tão nervoso (mais até que eu) que foi deixando, pintaram-lhe o cabelo, puseram-lhe creme na cara, foi só rir! Para mim foi uma manhã muito divertida.

O Tio Pedro estava um bocadinho ansioso, principalmente porque ia fazer uma leitura na missa, mas safou-se lindamente. Estava tão lindo (apesar do cabelo pintado que estava um bocadinho estranho, mas eu disse-lhe sempre que estava muito giro). Na festa tenho a certeza que ele se divertiu imenso, lembro-me que ele ficou na mesa do Quim Zé e ainda foram os 2 acabar a noite no QB.

Nos primeiros dias de casada a mãe às vezes chorava à noite porque sentia muito a falta do Tio Pedro, e o pai ficava um bocadinho assustado. Entretanto, passado pouco tempo de ter casado, mudei de emprego para a Omnitur em Santarém e passei a almoçar todos os dias com o Tio Pedro.

Hoje é um dia de festa para a mãe e para o pai, mas para mim um dia de festa é sempre acompanhado de alguma tristeza, falta-me a presença e o sorriso do Tio Pedro.

Desde que o Tio Pedro morreu nunca mais fui capaz de ver o meu filme de casamento. Quando fores mais crescido vemo-lo juntos.
posted by Patrícia Costa Mateiro

04 fevereiro 2007

João Maria,

Quando escrevi este texto só te tinha visto uma vez ou duas, mas assim que te vi pela primeira vez reconheci logo o sorriso do teu tio Pedro. Eu conheci o Pedro devíamos ter 7 ou 8 anos e andávamos na primária. Desde do início que nos conhecemos criou-se logo uma grande empatia que mais tarde veio a dar numa grande amizade, na melhor amizade que já tive até hoje. O teu tio foi aquele irmão que eu tinha gostado de ter, com quem passei muitos e bons momentos, com quem cresci e vi crescer, com quem passei muitas tropelias, que esteve sempre lá durante muitos anos sempre com um sorriso inconfundível e capaz de dar sempre o melhor apoio possível. Foi com ele que me diverti, que passei momentos importantes da vida e que aprendi muito. Foi o teu tio Pedro que me pôs a alcunha pela qual ainda hoje todos me conhecem e da qual tenho muito orgulho: Bekas. Vai ser sempre uma marca do teu tio em mim; cada vez que me chamam ou que converso com alguém sobre o Pedro é sempre um assunto que recordo e que me traz muito boas recordações e de que me vou sempre lembrar com o maior dos carinhos. Há coisas que não se descrevem e o que guardo no coração do Costinha são umas dessas coisas. O que guardo dele ainda hoje é sem dúvida a melhor das amizades, o sorriso, a capacidade de estar sempre lá para ajudar e aquela alegria de viver que todos deviam ter, além de muitas recordações que se as descrevesse aqui não sei se haveria espaço para tantos e bons momentos. Nos últimos tempos a vida tomou um rumo que me afastou um bocado de Santarém e levou-me a ver menos o teu tio e apenas falávamos esporadicamente, apesar de muitas vezes dar por mim a pensar nele e de como ele estaria, o que acontece ainda hoje… No dia em que a vida nos levou o Pedro encontrei-o à hora de almoço e falámos um pouco, e do facto de nos termos dispersado um bocado e de que devíamos combinar qualquer coisa para matarmos a saudades. Infelizmente nunca mais tivemos essa oportunidade e muita coisa ficou de certeza por dizer. Aceita isto como um conselho João Maria: mantém sempre os teus amigos perto de ti e nunca percas o contacto com aqueles de quem gostas.

Havia de certeza muito mais coisas para te contar sobre o teu tio, sobre aquele amigo que ainda hoje tem um lugar muito especial no meu coração, um lugar dedicado a um irmão… Acredita que o Costinha foi e será sempre uma pessoa muito especial que deixa muitas saudades. Esteja onde estiver, sei que o teu tio está a olhar por ti e pelos teus e espero que um dia te tornes na pessoa maravilhosa que o teu tio era. Por agora fico por aqui e pode ser que um dia volte a escrever aqui e consiga descrever-te melhor o teu tio.

Muitas felicidades e até um dia
Bekas
posted by Bernardo Duarte

26 janeiro 2007

Férias na neve

Amanhã vamos para a neve!
O Tio Pedro também gostava muito e tinha imenso jeito para o snowboard. Aliás, ele gostava de tudo o que fosse desportos radicais. A mãe nunca chegou a ir à neve com ele, fomos só um dia à pista artificial em Manteigas com o pai e a tia Té. Um dos senhores que trabalhava lá não teve muita sorte com a mãe e com a tia Té, passou o tempo inteiro a ajudar-nos a subir no "saca rabos" até a tia Té ferir a boca e encostar "às boxes".
O Tio Pedro tudo o que fazia era sempre com muito entusiasmo e aproveitava cada momento. Quando a mãe estava grávida de ti o pai foi com a tia Té e o Tio Pedro passar um dia à Serra da Estrela e o pai conta que ele é que teve de fazer companhia à tia Té, porque o tio Pedro passou o dia inteiro a curtir a montanha.
Por nós e por ele, vamos de certeza divertirmo-nos muito esta semana!
posted by Patrícia Costa Mateiro

19 janeiro 2007

"Só existem 2 dias do ano em que nada pode ser feito. Um se chama ontem e o outro se chama amanhã, portanto, hoje é o dia certo para amar, acreditar, fazer e, principalmente viver."

Dalai Lama
posted by Patrícia Costa Mateiro

16 janeiro 2007


Ontem, domingo, fomos almoçar a Peniche com os avós Mateiro, com os tios Vera e Luís e com as primas Maria e Tita.


O Tio Pedro ía muitas vezes a Peniche fazer uma das coisas que ele mais gostava, surf. Sempre que a mãe vai lá pensa muito nele e volta para casa com mais saudades. Volta sempre também com muita vontade de aprender a surfar para poder vir a fazê-lo contigo. Não posso prometer que vou aprender... mas fica aqui a promessa que vou tentar. Este Verão é garantido, a mãe vai ter umas aulas de surf, e hão-de ser em Peniche.

08 janeiro 2007

Carta da Avó Lena para o Tio Pedro

Meu querido filho:

Quando a mãe tinha a idade com que tu partiste (22 anos) pensei em casar, e logo comecei a amar-te à minha maneira, pois queria muito ter um menino. Entretanto, com a minha primeira gravidez chegou uma menina, a mana Patrícia, que todos recebemos com muito carinho e amor, mas não me preenchia totalmente. Como não desisti do meu menino, ao fim de 6 anos planeei ter mais um filho e lá vieste tu: o nosso Pedro! Eras o bebe mais lindo do mundo, loirinho e gordinho, embora tenhas nascido antes do tempo previsto. O teu nascimento trouxe-nos momentos de muita felicidade vividos por toda a família. A tua irmã passava horas de joelhos ao lado do teu berço a ver-te dormir. Houve também muitos momentos, próprios da idade, em que fizeste muitas diabruras - mas valeu sempre tudo a pena. Fui muito feliz com a tua presença... nos poucos anos que viveste ao nosso lado.

Não me esqueço do dia em que eu estava a trabalhar no Porto e me telefonaste a dizer que ias comprar a mota. A mãe disse que não te ajudava e tu ficaste aborrecido, mas conseguiste o que querias. Eu disse-te que nunca mais ia ter descanso e aquela mota só batia uma vez. Infelizmente eu tinha razão.

A tua imagem naquele trágico dia, à porta de casa a pedires-me para pôr o jantar na mesa que só demoravas 30m, vai viver para sempre comigo. Eu sei que estás num lugar bom e que nos proteges e guias no nosso dia-a-dia, mas a saudade de não te ter é muito dolorosa e não sei até quando vou suportar a tua ausência.

Obrigada por todas as alegrias que me deste, pelo bom amigo e óptimo filho que sempre fostes.

Beijos da mãe e até sempre.


Para ti, meu querido João Maria, terás sempre o Tio Pedro a olhar por ti, sei que ele te amou e ama muito e vai proteger-te na tua vida, que espero venha a ser longa e cheia de coisas boas.

Um beijinho grande.
Avó Lena

07 janeiro 2007

Pedro e Té

14 de Abril de 2005

João Maria: nesta fotografia tinhas apenas umas horas de vida. Nasceste às 16H55 e por volta das 19H30 tiveste as tuas primeiras visitas. O Tio Pedro estava muito ansioso para te conhecer e para brincar contigo, mas tu estavas muito cansado e só querias dormir. Antes de nasceres ele adorava pôr a mão na barriga da mãe para sentir os teus movimentos. Fazia-te muitas festinhas e falava dos planos que tinha para ti. Recordo com saudade o ar enternecedor com que ele olhou para ti pela primeira vez e o ar de preocupado com que ele perguntou à mãe "E tu, como estás?"

Ainda no hospital as enfermeiras comentaram que eras parecido com o Tio Pedro, mas nõs não te achavamos parecido com ninguém. Achámos só que eras um bébé lindo. Hoje acho que herdaste o olhar do Tio Pedro, algumas das suas expressões de maroto e definitivamente a sua teimosia. Espero que herdes também a sua coragem e alegria de viver.

O sorriso do Tio Pedro está tão sincero nesta fotografia que foi a imagem que a mãe escolheu para fazer uns cartões que entregou a amigos e familiares, para que todos o recordem assim: a sorrir!

posted by Patrícia Costa Mateiro

29 dezembro 2006

Querido João Maria,
Sou a "tia" Mariana, trabalhei com a tua Mãe mais ou menos 4 anos em Santarém. De princípio éramos só colegas de trabalho, nada de amizade, mas com o tempo ficámos amigas. Lembro-me que no início cruzava-me na cidade com a tua Avó, com a Mãe e com o tio Pedro. Era engraçado porque, ao almoço, na mesa do lado quase sempre estava uma Senhora, já velhota, que bebia a coca-cola toda de seguida e no fim lá libertava uns gases!!! Era de fartar de rir, o tio Pedro também se ria muito. Ele era muito querido, caladinho e sempre com um sorriso muito simpático e carinhoso. A tua Mãe preocupava-se sempre muito com o mano dela. Queria sempre saber se tudo estava bem, o que ele tinha feito, o que ele ia fazer, se precisava de alguma coisa... Tu ainda não tinhas nascido e eu pensava "se ela é assim com o irmão como será quando tiver um filho?" Era engraçado porque havia uma grande empatia entre a Mãe Patrícia e o tio Pedro, era uma admiração mútua! Digo mesmo eram apaixonados um pelo outro.Acho que a tua Mãe teve uma óptima ideia ao fazer este blog para todos os dias podermos relembar um pouco o tio Pedro.
Por hoje é tudo!
Um beijinho muito grande para ti, João Maria.
posted by Mariana Mendia

24 dezembro 2006

Noite de Natal 2006

Querido João Maria:
O Tio Pedro está sempre connosco e em especial nas noites de festa. Hoje, na noite de Natal, esteve presente a ver-te abrir os presentes e viu-te a dar os primeiros passos no skate que a Tia Té te ofereceu. Está de certeza muito orgulhoso de ti.

posted by Patrícia Costa Mateiro

21 dezembro 2006

20 dezembro 2006

A felicidade exige valentia

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes mas, não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo, e posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um "não".
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."
Fernando Pessoa
posted by João Pedro Amorim
Meu querido sobrinho, infelizmente não posso dar o contributo que gostava para este teu BLOG. Isto pelo simples facto de que não tive o tempo suficiente para registar “grandes momentos” com o Tio Pedro, contudo, os momentos que estivemos juntos foram suficientes para perceber da sua agradável simpatia, forma afável no trato, e força de viver, própria da sua juventude….. , o destino não nos deu tempo para assistirmos juntos à tua adolescência e participarmos da tua formação como Homem. Agora as minhas responsabilidades são acrescidas, vou estar sozinho neste papel de Tio, mas penso que o Tio Pedro vai estar sempre por perto para me dar uma mãozinha.
Penso que até ao momento temos cumprido com o nosso papel.
Beijinhos do Tio Luís.
posted by Luís Garrotes

19 dezembro 2006


“Tenho saudades de ti. Saudades dos nossos momentos... Saudades dos nossos momentos bons e dos maus também. Tenho saudades das nossas conversas sem pé nem cabeça, saudades das nossas discussões. Tenho saudades dos nossos passeios, da nossa vida nada parecida, do teu sorriso quando falavas algo engraçado, da tua cara de ódio, quando mesmo sem querer eu te irritava.

Tenho saudades do teu ciúme com fundamento e dos sem fundamento também. Saudades dos teus medos e da maneira que eu cuidava deles. Saudades da maneira como tu te preocupavas comigo, saudades da tua fraqueza, que me dava força para ser forte. Saudades do nosso primeiro beijo e do último também.

Saudades da nossa vida tão igual e tão desigual. Tenho saudades de quando tu aparecias do nada e me fazias sorrir pelo simples facto de estar ali. Tenho saudades do teu amor intenso, da maneira que tu dizias “eu amo-te” deixando um brilho nos meus olhos. Saudades das tuas mãos nas minhas, a minha boca na tua. Saudades dos meus braços à procura dos teus e dos teus braços procurando os meus.

Tenho saudades dos planos que fizemos, dos nossos sonhos impossíveis que na nossa vida tentamos juntos construir. Tenho saudades de tudo que se realizou e de tudo que não se realizou. Tenho saudades da nossa música que até hoje toca para me fazer sentir mais saudades.

Tenho saudades de dizer “amo-te”. Tenho saudades de ouvir “amo-te”.Tenho saudades de estar contigo, simplesmente por estar. Tenho saudades de tua amizade, da tua força e de tua confiança em mim, em nós. Tenho saudades da tua voz, do teu carinho, da tua paixão, do teu desejo, das tuas loucuras, da tua inteligência, do teu talento. Saudades de ti quando estavas comigo.

Saudades de mim quando estava contigo. Saudades do nosso casamento que não aconteceu. Saudades dos filhos que não tivemos. Saudades da cama que não dividimos. Saudades do futuro que não vivemos. Saudades de ti..”
Anónimo
posted by Teresa Cordeiro

"Chuva" by Mariza

“As coisas vulgares que há na vida
Não deixam saudades
Só as lembranças que doem
Ou fazem sorrir
Há gente que fica na história da história da gente
E outras de quem nem o nome lembramos ouvir
São emoções que dão vida
À saudade que trago
Aquelas que tive contigo e acabei por perder
Há dias que marcam a alma e a vida da gente
E aquele em que tu me deixaste não posso esquecer
A chuva molhava-me o rosto gelado e cansado
As ruas que a cidade tinha
Já eu percorrera
Aí... meu choro de moça perdida
Gritava à cidade que o fogo do amor sob chuva há instantes morrera
A chuva ouviu e calou meu segredo à cidade
E eis que ela bate no vidro
Trazendo a saudade”

posted by Teresa Cordeiro
Querido João Maria,

Estou sentada na minha secretaria a escrever-te esta carta e a pensar nas primeiras palavras que disse à minha melhor amiga, “ O que é que eu faço agora?”…pois é, esta pergunta surge-me todos os dias e continuo sem resposta para esta pergunta embora a resposta seja bastante evidente, a minha mente rejeita-a.

Ao escrever-te esta carta, não só estou a lutar contra o fantasma de alguém que amei e perdi, mas também para que saibas que o teu Tio Pedro foi a melhor pessoa que eu conheci.

Um ano e três meses passaram….mas agradeço pelo teu tio Pedro ter aparecido na minha vida ter-me dado tanta alegria, agradeço por me ter amado e mais do que tudo agradeço pelas recordações que guardarei para sempre.

Embora esteja ainda a lamentar aquilo que poderia ter sido, sinto-me eternamente grata por ele ter entrado na minha vida.

João escrevo-te esta carta, para que saibas que o teu Tio Pedro amava-te muito e para saberes que é possível seguir em frente com as nossas vidas, por mais terrível que seja a nossa dor.

Não sei se os mortos podem voltar para junto de nós e andar junto de nós sem serem vistos por aqueles que os amaram, mas se podem, então não te preocupes, ele estará sempre contigo.

Com amor,
Teresa Cordeiro

18 dezembro 2006


(festa de aniversário a 8 de Abril de 2005)


8 de Abril de 2006
A morte só é trágica porque a vida é abençoada.
Deus valoriza acima de tudo a vida e tu sempre soubeste valorizar e saborear cada minuto.
Antes de nasceres pedi muitas vezes aos pais que me dessem um irmão e o dia do teu nascimento foi de todos o melhor presente que alguma vez recebi.
Hoje, no dia em que farias 23 anos, agradeço a Deus por esse dia.
Agradeço a Deus pela tua alegria e por todos os momentos que partilhámos juntos.
Agradeço a Deus pelo teu exemplo de vida.
Especialmente hoje, peço a Deus que me dê força e sabedoria para viver os anos que não viveste.
posted by Patrícia Costa Mateiro
"A morte nada é.
Eu estou apenas noutro lado, eu sou eu, tu és tu.
Aquilo que éramos um para o outro
Continuamos a ser.
Chamem-me como sempre me chamaram.
Falem-me como sempre me falaram.
Não mudem o tom da vossa voz,
Nem façam um ar solene ou triste.
Continuem a rir daquilo que juntos nos fazia rir.
Brinquem, sorriam, pensem em mim,
Rezem por mim.
Que o meu nome seja pronunciado em casa
Como sempre foi;

Sem qualquer ênfase,
Sem qualquer sombra.
A vida significa o que sempre significou.
Ela é aquilo que sempre foi.
O “fio” não foi cortado.
Porque é que eu,
Estando longe do vosso olhar,
Estaria longe do vosso pensamento?
Espero-vos, não estou muito longe,
Somente do outro lado do caminho.
Como vêem,
Tudo está bem."
Henry Scott Holland
posted by Patrícia Costa Mateiro

Entrega de diplomas nos Bombeiros Municipais de Santarém (28 Dezembro 2005)



Num dos nossos almoços habituais de segunda a sexta, dos quais tenho tantas saudades, o meu irmão comentou comigo que ia tirar um curso de bombeiro. Quando o interroguei porquê respondeu com um ar maroto característico de um jovem de 22 anos: “Parece que pagam Eur 200.00”. Julgo que só após a primeira acção de formação se apercebeu que ia realmente integrar o Corpo dos Bombeiros Municipais de Santarém, num voluntariado com uma escala de serviço que o obrigaria a dormir menos horas que o habitual e a deixar-lhe menos tempo livre para a praia, a família, os amigos e a Teresa.

À medida que o curso foi avançando, o interesse do Pedro foi aumentando. Para já o facto de ter quase sempre as melhores notas, surpreendia-o muito. “Nunca fui o melhor aluno a nada... ou eu de repente tornei-me mais esperto ou tenho realmente jeito para isto” dizia ele com um sorriso só dele. Dos serviços de ambulância impressionavam-no muito os casos dos idosos que viviam sozinhos, os acidentes rodoviários. De todos, o que mais o impressionou foi o do bebe que faleceu com dois meses nos braços da mãe, a mesma idade que o sobrinho tinha nessa altura.

Quando eu ouvia tocar a sirene dos bombeiros por vezes ligava-lhe a dizer “Vá mano, não és bombeiro? Larga tudo o que estás a fazer e corre para o fogo!” ou quando ele estava de serviço e dizia que tinha saído na ambulância eu perguntava “desceste pelo corrimão como nos filmes?” Outras vezes eu ligava-lhe, aliás eu passava a vida a ligar-lhe, a perguntar onde é que ele estava e ele respondia “Estou no hospital, mas não te preocupes! É um serviço dos bombeiros.”

Podia estar um dia inteiro a trabalhar e ao final do dia em nada sentir-se realizado; enquanto que bastava-lhe um serviço nos bombeiros, aliviando a dor de alguém, para dar sentido a esse dia. Ser bombeiro despertou-lhe sensibilidades que eu e até ele mesmo desconhecia. Depois de ter assistido a uma morte por afogamento na praia do Baleal, adquiriu um kit de reanimação que trazia sempre consigo. Estava sempre pronto a ajudar o próximo!
Fazia parte do seu projecto de vida abraçar esta actividade a tempo inteiro e tonar-se bombeiro profissional. Ultimamente o entusiasmo era tal, que muitas vezes chegou a dizer: “Qualquer dia ainda tiro o lugar ao comandante”.

Que bom sabermos que “aquilo que está para vir é sempre melhor do que aquilo que já foi”. Este era o lema de vida do meu irmão no qual hoje vos peço que acreditem. Acreditem, como eu, que o Pedro nos protege e nos guia no dia-a-dia. Recordemos juntos a sua alegria.
posted by Patrícia Costa Mateiro


"Gostava de vos consolar mas preciso que acreditem...
Acreditem que estou num lugar único cheio de pureza,
paz e harmonia que, não me deixa parar de sorrir.
Acreditem que a fé que têm, vos irá unir sempre a mim ao céu.
Acreditem que daqui olho por todos e vos protejo e guio no dia-a-dia.
Acreditem que aqui não há sofrimento, apenas amor e alegria.
Acreditem que a vida continua e que juntos seguiremos unidos pelo amor.
Acreditem que jamais vos esquecerei e daqui olho por cada um.
Acreditem que quando vierem estar comigo vos receberei de braços abertos..."

Anónimo
posted by Patrícia Costa Mateiro

"Não chores porque terminou, sorri antes porque sucedeu"



Li esta frase num desses emails que nos chegam diariamente com frases positivas a piscar em cima de lindas paisagens. Esta teve um significado especial para mim, porque deixou-me a pensar nas razões que o tio Pedro me dá para sorrir. Sorrio pela sorte que tenho de ele ser o meu irmão, sorrio por ter disfrutado em pleno do sentimento de cumplicidade que só existe entre irmãos, sorrio pelas horas que passei ao seu lado no berço a admirá-lo como se do Menino Jesus se tratasse, sorrio pela recordação dos abraços apertados e das longas conversas nos nossos almoços diários, sorrio por ter partilhado dos seus sonhos e os ter vivido como meus, sorrio de alegria com lágrimas que não escondem a tristeza de uma saudade presente.
posted by Patrícia Costa Mateiro

Pedro Miguel Beja de Jesus Costa

N 08.04.1983 / F 13.09.2005